Um engano aos olhos o seu caule frágil e esguio na elegância eminente da queda ou quebra ou morte até pelo sopro. Que se engane quem é enganado pelos olhos cerrados do perfume que abre estradas até ao invisivel adocicado da flor-ervilha que todo o ano se firma no rigor do frio e fixa aromas nas flores singelas do que não se come mas alimenta Primaveras.
A QUEDA DO REI
Veio a caír devagarinho sem ninguém se aperceber, mais ainda porque continuou a bufar quentinho enganando. Mas os cheiros pela manhã nascida eram os molhados e cristalinos de quem já não aguentava a força de queimar cascas de árvores e tisnar frutos tenros. Só os robustos se enrouparam às aragens esperançosas do Outono que chega de gola levantada. O Rei deposto no aroma lembrado.
TENTAÇÕES
Lembro, lembro sim. Das caras, de quantos éramos, das brincadeiras, das corridas e dos Verões e dos banhos de mangueira e dos gritos, tantos gritos que chamavam mais gritos. Mas o que tenho mais presente é o campo de alfazema. Estradas roxas que nos estavam proibidas e que embebedavam pelo aroma que ía pelos ares e ventos e provocava o nosso apetite e vontade de cometer a infracção. E quando lá regresso, mesmo já nada havendo, ainda sinto aquelas filas muito direitas e perfumadas a chamarem por mim, tentadoras e eu, hesitante, fico-me de nariz no ar...
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