TALVEZ SEJA A CHUVA

 

 
Cerrar os olhos e sentir para além de tudo, da escuridão que vem como dedos e abafa.
Mas do aroma ao redor, o sentir do que se aproxima ainda ao longe, Primaveras recordadas sejam nos risos distantes de brincadeiras de grinaldas de papoilas ou perseguições de borboletas entontecidas pelo nascimento das cores, sentem-se os beliscões no olfacto como espirros que não sabem se se evitam ou desejam.
Talvez seja a chuva que abafa e não deixa chegar de vez o cheiro e o acama à terra sequiosa.
Talvez seja a chuva que lava a terra preparando-a para o perfume das borboletas.